E dou por mim a ceder à propaganda e a pensar que se fosse mais magra era mais feliz.
Que estupidez pegada. Se fosse mais magra era exatamente a mesma pessoa que sou. Com os mesmos hábitos parvos (como arrancar as crostas das feridas e as pontas espigadas), com as mesmas inseguranças e fobias sociais, com o mesmo medo de errar e de sofrer, com a mesma dificuldade em formar opiniões, concentrar-me e definir prioridades.
Muito provavelmente não seria nem mais, nem menos bonita, e mesmo que fosse, não iria fazer qualquer diferença. Não ia ser mais saudável. Não ia usar mais vezes saia, porque usar collants ia continuar a parecer-me muito trabalho. E não ia passar a ter mais serotonina no cérebro.
Se fosse mais magra ia pesar menos.
Só, e apenas.