sexta-feira, 12 de abril de 2013

Às vezes distraio-me,

E dou por mim a ceder à propaganda e a pensar que se fosse mais magra era mais feliz. 

Que estupidez pegada. Se fosse mais magra era exatamente a mesma pessoa que sou. Com os mesmos hábitos parvos (como arrancar as crostas das feridas e as pontas espigadas), com as mesmas inseguranças e fobias sociais, com o mesmo medo de errar e de sofrer, com a mesma dificuldade em formar opiniões, concentrar-me e definir prioridades. 
Muito provavelmente não seria nem mais, nem menos bonita, e mesmo que fosse, não iria fazer qualquer diferença. Não ia ser mais saudável. Não ia usar mais vezes saia, porque usar collants ia continuar a parecer-me muito trabalho. E não ia passar a ter mais serotonina no cérebro.

Se fosse mais magra ia pesar menos. 

Só, e apenas.


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